Muitas são as histórias sobre essa riquíssima entidade que se apresenta nos terreiros afro brasileiros, é certo que cada entidade carrega consigo sua própria história, porém falaremos sobre a mais conhecida da chefe dessa poderosa falange, Dona Maria Mulambo.

Nascida em família rica, era belíssima jovem e nobre na sociedade europeia, prometida em casamento a um príncipe muito mais velho e que desejava casar-se e ter herdeiros.

Maria era delicada, carinhosa e muito amável, cercada de luxo, jóias e muito ouro, porém de nobre coração, aos 15 anos vendo-se obrigada a casar-se com uma homem de 40 anos, sem amor nenhum, apenas por obrigação, para aumentar a fortuna da familia.

Vivia triste e infeliz, num casamento sem amor ou sentimentos, sentia prazer em ajudar os necessitados do vilarejo próximo por ser caridosa e amorosa, era igualmente amada por seu povo. Os anos vão passando e Maria não consegue conceber nenhum herdeiro ao príncipe o que agrava sua infelicidade e tristeza, seguidas de inúmeras humilhações, naquele tempo, a mulher que não conseguia engravidar era amaldiçoada.

Apesar de todo seu drama pessoal, Maria segue auxiliando aos pobres e doentes, até que em uma de suas visitas ao vilarejo conhece um jovem viúvo, pai de três filhos pelo qual se apaixona e tem seu amor correspondido, porém proibido.

O rei morre e o príncipe sob ao trono, levando consigo Maria como sua rainha, tornando-se cada vez mais conhecida e adorada pelo seu povo devido a caridade que fazia, no entanto, com inveja do amor, admiração e veneração que o povo tinha por Maria, o rei tranca-lhe em um quarto e passa a agredi-la física e verbalmente, mas isso não impede que ela continue a cuidar se seu povo.

Em uma de suas visitas ao vilarejo, Maria encontra-se com seu amado que deixa seus filhos com seu pai e foge com ela, indo viver de forma simples e humilde diferentemente de tudo que vivera até então, mas agora ela era feliz.

Com o passar do tempo Maria engravida, o que prova a infertilidade do rei aumentando  sua ira e fúria que consegue capturá-la, atirando-lhe a masmorra. Após sofrer inúmeras agressões , tem seus pés e mão amarrados e é atirada no rio, vindo morrer afogada, passado dias de sua morte foi possível ver flores no local onde seu corpo foi atirado.

Maria Mulambo leva esse nome em homenagem aos desvalidos, pobres, doentes e necessitados aos quais ajudou em vida e apesar do nome é uma linda e exuberante mulher.

Segue muito amada pelos adeptos das religiões afro brasileiras que recorrem a ela em trabalhos de limpezas  físicas e espirituais, trabalhos amorosos, desobsessão, cura de vícios, entre outros.

Fuma cigarrilhas, cigarros finos e charutos, suas flores são as rosas vermelhas e a bebida vermute, cachaça com canela, espumante e até vinhos licorosos.